A que sintomas deve ficar atento?
A Doença Renal Crónica é frequentemente assintomática nas fases iniciais. À medida que progride, podem surgir sintomas como:
- Fadiga e fraqueza.
- Inchaço nos pés e tornozelos.
- Alterações na frequência urinária.
- Náuseas e vómitos.
- Perda de apetite.
- Comichão persistente.
- Dificuldade respiratória.
As principais causas que estão por trás da doença renal crónica incluem:
- Diabetes mellitus
- Hipertensão arterial
- Insuficiência cardíaca
- Obesidade
- Glomerulonefrites, pielonefrite, rins poliquísticos entre outras.
Importa ressalvar que doenças como diabetes e hipertensão arterial, quanto mais descontroladas estiverem, maior o risco de DRC.
Quais as causas da Doença Renal Crónica?
Como se classificam os estádios da DRC?
A classificação da Doença Renal Crónica (DRC) é essencial para entender o grau de progressão da doença e avaliar o risco de complicações, ajudando assim a definir os cuidados mais adequados. Baseia-se em dois parâmetros: a quantidade de albumina na urina e a função dos rins, estimada através de uma fórmula que utiliza a creatinina e características da pessoa, como a idade e o sexo.
Quais os tratamentos para atenuar a Doença Renal Crónica?
A Doença Renal Crónica é muitas vezes silenciosa, mas há várias formas de reduzir significativamente o risco de desenvolver a doença ou atrasar a sua progressão:
- Controlo da pressão arterial, glicemia e colesterol.
- Dieta adequada: baixa em sódio e potássio.
- Medicação: já existem medicamentos para atrasar a doença.
- Diálise: hemodiálise ou diálise peritoneal, em estadios avançados.
- Transplante renal: opção para alguns doentes.
Fique atento às seguintes dicas!
1. Controlar a pressão arterial
A hipertensão é uma das principais causas de lesão renal. Manter a pressão arterial nos valores recomendados (<140/90 mmHg, ou mais baixa em certos casos) ajuda a proteger os rins. Para manter os níveis regularizados, certifique-se de:
- Medir a pressão arterial regularmente
- Reduzir o sal (menos de 5g/dia)
- Fazer exercício físico
- Tomar a medicação prescrita
2. Controlar a diabetes
A diabetes mal controlada danifica os pequenos vasos dos rins. A hiperglicemia persistente leva a perda de função renal ao longo do tempo. Para evitar que isso aconteça, recomenda-se:
- Fazer análises regulares à glicemia e HbA1c
- Seguir o plano alimentar indicado
- Cumprir com insulina (se prescrito) ou antidiabéticos conforme indicação médica
3. Evitar o uso excessivo de medicamentos nefrotóxicos
Alguns medicamentos, como anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) – ibuprofeno, diclofenac, naproxeno – podem danificar os rins se usados com frequência ou em doses elevadas. Assim sendo, deve:
- Evitar a automedicação
- Consultar o médico antes de tomar medicamentos regularmente
- Informar o médico se tiver DRC ou fatores de risco
4. Adotar uma alimentação equilibrada
Uma dieta saudável reduz o risco de obesidade, hipertensão e diabetes, protegendo assim os rins. Uma dieta equilibrada passa por:
- Reduzir sal e açúcar
- Preferir vegetais, fruta fresca, cereais integrais
- Controlar a ingestão de proteínas (sob orientação médica em casos de DRC)
- Beber água suficiente, mas sem excessos (especialmente se já tiver DRC)
5. Parar de fumar
O tabagismo acelera o declínio da função renal, para além de agravar hipertensão e doenças cardiovasculares. Procure apoio para cessação tabágica ou substitua o hábito por rotinas saudáveis (atividade física, meditação)
6. Realizar rastreios regulares
Pessoas com fatores de risco (diabetes, hipertensão, histórico familiar de doença renal) devem fazer análises regulares ao sangue e urina, incluindo creatinina e cálculo da taxa de filtração glomerular (TFGe) e albuminúria (presença de proteína na urina). Estes exames ajudam a detetar a DRC cedo, quando ainda é possível travar a progressão.
7. Manter um estilo de vida ativo
A prática regular de exercício físico ajuda a controlar o peso, a tensão arterial, o colesterol e o açúcar no sangue – todos fatores que influenciam a saúde renal. Caminhadas, natação, bicicleta ou yoga são boas opções – 30 minutos por dia, 5 vezes por semana.
Em Portugal, estima-se que mais de 800 mil pessoas sofram de DRC. Em 2023, 2.752 novos doentes iniciaram tratamento de substituição da função renal (TSFR), sendo que 80,2% começaram hemodiálise. A diabetes e a hipertensão continuam a ser as principais causas da doença.
A Sociedade Portuguesa de Nefrologia (SPN) tem um papel fundamental na monitorização e gestão da DRC em Portugal, através do Registo Nacional de Doença Renal Crónica. Este registo recolhe dados sobre a incidência, prevalência e tratamentos da DRC, permitindo uma melhor compreensão e planeamento de estratégias de saúde pública.
A DRC é uma doença silenciosa, mas com impacto significativo na saúde dos portugueses. A deteção precoce, através de rastreios regulares e a gestão adequada dos fatores de risco são essenciais para prevenir a progressão da doença. A colaboração entre profissionais de saúde, instituições e a sociedade é crucial para melhorar a qualidade de vida dos doentes renais em Portugal.