O pedido de exames numa determinada consulta faz parte de um ato médico que vem na sequência de um raciocínio clínico que inclui uma história clínica, conhecimento sobre os antecedentes da pessoa e da sua família e de um exame físico. Ora, mostrar os resultados destes exames a outro médico que não o que lhe pediu pode resultar numa interpretação diferente, porque este médico não seguiu a mesma linha de raciocínio. Logo, esta interpretação pode diferir entre os médicos e o que o doente nem sempre compreende é esta diferença de atitudes. Nem tudo é peixe ou carne!
Dou-vos um exemplo muito simples. Há medicamentos que causam alterações nas análises. Se estas análises forem interpretadas por um médico que desconhece a toma deste medicamento, vai considerar que as mesmas estão mal e eventualmente medicá-lo, o que preocupa o doente que por sinal confronta o médico que as pediu, quando na verdade não havia motivo para alarme.
Esta atitude pode cursar com ansiedade do doente (muitas vezes desnecessária), tratamentos desnecessários e no conflito entre o doente e o médico.