O que pode causar a Síndrome Compartimental?
Esta condição pode surgir após diversos tipos de lesões, sendo as mais comuns:
- Fraturas, especialmente na perna;
- Lesões de esmagamento;
- Compressão prolongada (como talas ou gessos demasiado apertados);
- Esforço físico extremo;
- Mordidas de serpentes (muito raro em Portugal) ou, em casos raros, overdoses de drogas como heroína ou cocaína.
Sinais de alerta: Como identificar a Síndrome Compartimental
O primeiro e mais comum sintoma da Síndrome Compartimental é uma dor intensa e progressiva, muitas vezes desproporcional à gravidade da lesão original. É importante estar atento a outros sinais, como:
- Dor severa ao tentar mover os dedos (das mãos ou pés) do membro afetado;
- Inchaço visível e endurecimento da pele;
- Dormência e perda de sensibilidade no membro;
- Pele pálida, fria e tensa ao toque.
Se notar algum destes sintomas após uma lesão, é fundamental procurar ajuda médica de imediato. O diagnóstico e o tratamento precoces são cruciais para evitar complicações graves.
Diagnóstico
O diagnóstico é baseado numa avaliação clínica dos sintomas. Para confirmar, os médicos podem medir a pressão no compartimento afetado com uma agulha especial ou um cateter. Se a pressão estiver acima do normal, é necessário agir rapidamente.
Tratamento da Síndrome Compartimental
O tratamento precisa de ser feito com urgência para evitar danos permanentes. As principais medidas incluem:
- Remover qualquer compressão sobre o membro afetado, como gessos ou talas;
- Se a pressão continuar a aumentar, será necessária uma cirurgia de emergência chamada fasciotomia. Este procedimento envolve a abertura da fáscia ao longo do comprimento do compartimento, aliviando assim a pressão e permitindo que o sangue volte a circular nos músculos.
- Em casos graves, onde os tecidos ficaram danificados de forma irreversível devido à falta de circulação, pode ser necessária a amputação do membro para evitar complicações fatais, como infeções graves.
O que pode acontecer sem tratamento?
Sem tratamento adequado e atempado, a Síndrome Compartimental pode resultar em:
- Contraturas musculares, em que os músculos ficam permanentemente encurtados;
- Necrose, ou seja, morte do tecido muscular;
- Em casos mais graves, pode ser necessária a amputação do membro afetado.
A Síndrome Compartimental é uma emergência médica que exige diagnóstico e tratamento rápidos para prevenir danos irreversíveis. Caso sinta uma dor incomum após uma lesão, acompanhada de inchaço e alteração da sensibilidade, procure assistência médica de imediato. O reconhecimento precoce desta condição pode ser a diferença entre uma recuperação total e complicações sérias, como a perda de um membro.